segunda-feira, dezembro 21

Sem trinco.

E agora eu sou porta.
Tudo passa por mim, a vida que adentra casa afora para alegrar a cozinha
O tumulto que da rua alarda as crianças
O som de som que envolve o ar

Passa o homem de pé atrasado que me bate e eu não me importo
Desde que saia
O menino que volta e se esconde
E eu abro e fecho até ele aparecer

O vento que brinca cocégas
Eu finjo que deixo entrar mas não
E ele suspira do lado

Ruim é sair todos
E eu esperar abrir e receber
Que receber é melhor que ver partir

Sempre voltam
É em mim que chegam
Eu abro o caminho e o abraço
E escuto, sempre escuto

Agora sou porta e o mundo passa por mim.


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