terça-feira, abril 5

O papel na escrivaninha

O lápis escapou da mão para deitar e rolar sobre a folha. O que apareceu nem parece palavra mas é. Ficou ali impresso na pele a tatuagem feita sem ferir, feita de cócegas e grafite. Palavrinhas bem sucintas, salientes e sossegadas. Quase um carinho. Um caminho, sim. Sem direção. Ora rabisco ora ponto e ia escorregando enquanto o telefonema durasse. Ah, a arte de escrever sem pena. O traço que vai, a lembrança que vem e no meio as mãos sem saber onde ir. Ninguém liga o sentido. Ninguém desliga. E quando termina, fica ali no papel uma história igual gente: sem começo, fim nem intenção.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário