Uma me deu o céu e isso me bastou por trinta minutos. Outra
durou trinta minutos e foi um inferno. A do céu era feita de azul como a música
e como melodia foi diminuindo até a próxima estação. Era tocar no rádio a
lembrança e eu voltava para ela, repetindo, repetindo, repetindo.
A outra não me pediu nada. E partiu.
Havia a terceira e havia também os janeiros. Eu me despedia
do ano e ela me fechava a porta. Passava o carnaval e eu trazia o chocolate
recheado de desculpas e razões vazias que ela fingia acreditar.
A quarta era o melhor dia para beber. No mesmo bar, duas me
comeram com os olhos e eu olhava o copo esvaziando, esvaziando, enchendo no
outro dia de água e ela ao lado. A pus de lado enquanto a outra pensava em mim
num outro quarto.
Quando chegaram as dez, já era tarde. Ainda assim, havia
tempo para ouvir o que eu não contava. Foi a desconhecida que me fez ver que, de
todas elas, eu não escolhi.
Elas me olharam e sabiam que seria eu.
Eu fui.
Agradecido, eu fui.
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lindo! olha só a coincidência, tava lendo esse texto e ouvindo uma música da maria rita, ela cantava: repetindo, repetindo, repetindo hehe conhece essa música? http://www.youtube.com/watch?v=S1LtIULGGDM
ResponderExcluircontinue escrevendo lindamente assim.
Conheço demais essa música, Carina!
ResponderExcluirTalvez ela estivesse repetindo, repetindo, repetindo sem eu ver enquanto eu ia vivendo, vivendo, vivendo.
Brigadão pelo comentário!