Eu queria agora um livro do Pessoa. Porque é preciso. Porque
ele atinge cirurgicamente a dor. E não cura. Ainda assim, faz doer por alguma razão
que agora parece conhecida e isso é remédio. Não posso reescrever o presente e
já não basta acreditar que o que não tem remédio remediado está. Não preciso de
alguém. Me basta Pessoa.
Controverso que seja, coloque essas páginas a minha frente
que eu me encontro. Sem marca páginas que quero mesmo é que essas linhas se
percam em mim e façam o contorno de um ser que sou sem nunca querer ter sido. A
vida é vírgula, esperando o ponto final de um parágrafo distante a cada novo
aposto.
Você não vai entender e nem mesmo espero. Recolha a crítica.
Não vou ler os jornais anunciando nenhuma grande descoberta antes de descobrir
o que se passa no meu mundo. Chamem Pessoa para cobrir a matéria.
Fo-da! Adoro seus textos, Mateus. Vc traduz a vida de um jeito mto foda
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